Abdala Fraxe se posiciona contra a importação de médicos estrangeiros

Abdala Fraxe se posiciona contra a importação de médicos estrangeiros

3 de julho de 2013 0 Por Renata Fonseca

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputado estadual Abdala Fraxe (PTN), se posicionou, hoje, contra a medida do governo federal de importar mais de 6 mil médicos estrangeiros para atuação no Brasil.

O parlamentar afirmou que a importação de médicos trará mais problemas do que soluções para o povo brasileiro. Para ele, a deficiência na gestão, organização e competência é o maior “encalço” do país e não a falta de profissionais. Segundo o deputado, no Amazonas, por exemplo, em torno de 200 médicos novos são formados por ano, mas a burocracia para a especialização (residência médica), imposta pelo Ministério da Educação (MEC), impede que todos esses profissionais passem por treinamento. O MEC destina, no máximo, duas ou três vagas por especialidade em residência, conforme Fraxe.

“Essa política adotada pelo governo federal remonta a década de 60, 70, do tempo da ditadura. É preciso criar estrutura adequada, seja na universidade federal ou estadual, e oportunidades para que os 200 alunos, formados anualmente, possam automaticamente passar para a residência médica, sem a necessidade de se submeter à cota imposta pelo MEC”, argumentou o parlamentar.

De acordo com o deputado, ao investir nos profissionais formados no Brasil, o governo federal extingue a necessidade de trazer médicos estrangeiros, o que, na visão dele, criaria um imbróglio jurídico para o país, além da dificuldade de comunicação entre os profissionais e a população usuária do serviço.

Interesse político

Fraxe demonstrou, ainda, outra preocupação. Para ele, não pode haver interesse político na importação dos médicos estrangeiros para o Brasil. “Não conheço nenhum bolsista desses pseudo-programas que tem que fazer o treinamento em Cuba ou em qualquer outro lugar do mundo que não tenha ligação partidária. Isso significa deixar a saúde pública na mão de quem está com interesse político e não com a intenção de resolver o problema da saúde do nosso país”, acrescentou.